De regresso a Lisboa, uma paragem em Mirandela para almoçar e comprar as tradicionais alheiras.
Foi-nos servida uma excelente carne no restaurante 'O Loureiro'. Não a 'posta' que não tínhamos tido oportunidade de comer nesta viagem, mas uma costela sugerida pelo dono, que no fim nos indicou a casa onde poderíamos comprar os melhores enchidos.
Com os restaurantes ainda fechados aos fins de semana, houve também, nestes dias de férias, refeições preparadas no bungallow pelo grupo familiar alargado à P e ao JM, registadas nas fotografias seguintes do arroz de marisco e do robalo filetado com molho de tomates cereja.
No domingo fizemos um longo passeio pela Rota da Terra Fria, percorrendo aldeias em que quase não vive ninguém -"os garotos acabaram, a escola fechou, só ficámos os velhos"- e parando nas também por estes dias desertas, Varge (terra da tradicional 'festa dos rapazes') e Rio de Onor (a pequena aldeia raiana verdadeiramente comunitária).
Já no regresso a Vinhais, houve uma situação completamente hilariante que não resisto a referir.
Uma ida até Macedo de Cavaleiros permitiu-nos fazer um almoço na Marisqueira Novo Mariano e um intervalo nos pratos de carne de que a gastronomia de Trás-os-Montes é exclusivamente composta.
E após o almoço, fomos espreitar a Albufeira do Azibo e as suas praias fluviais.
No Domingo Gordo e na 3ª Feira de Carnaval, os rapazes da aldeia encarnam misteriosas personagens, os caretos, vestindo trajes coloridos, feitos com colchas de franjas, e tapando a cara com máscaras de lata, madeira ou couro, de nariz pontiagudo. Prendem chocalhos e campainhas à cintura e cheios de energia percorrem a aldeia aos saltos e gritos, perturbando a calma diária. Um dos principais motivos das correrias é encontrar raparigas para dançar com elas e as "chocalhar". Assim se divertem, protegidos pelo anonimato. Os rapazes mais novos que seguem e imitam os caretos são chamados facanitos e asseguram a continuidade da tradição.Toda a aldeia está decorada com representações dos caretos, como pode verificar-se por estas fotografias que eu lá tirei.
Denominada habitualmente como Ponte Velha, a ponte de Gimonde terá sido edificada sobre o rio Malara no tempo da presença dos romanos e reconstruída na época medieval, estando classificada como imóvel de interesse público.
A cerca de 3 km de Bragança, fica a localidade de Castro de Avelãs, onde se encontra o que resta de um antigo mosteiro clunicense, construído em alvenaria de tijolo com arcaturas cegas sobrepostas, possivelmente anterior ao século XII e que se filia na tradição românica mudéjar, sendo no nosso país exemplo raro, ou mesmo exemplar único.
O castelo
Em vésperas de sairmos de um período de cerca de dois meses e meio de sucessivas renovações do estado de emergência, registarei mais algumas das variadas refeições que confecionámos em tempo de confinamento.
Amanhã os restaurante abrirão e nós sairemos na próxima semana para um curto período de férias no nordeste do país. Disso também aqui darei notícia nas próximas publicações.
AS CALDEIRADAS DE ENGUIAS E DE LAGOSTA
Ambas confecionadas da forma tradicional, com uma generosa quantidade de cebola e alho, batatas, tomate e pimentos, azeite e vinho branco e aromatizadas com salsa e coentros.
STIR FRY DE LEGUMES
VIEIRAS
NA GARE MARÍTIMA DE ALCÂNTARA
Construída na década de quarenta do século XX, segundo projeto do Arquiteto Pardal Monteiro, a gare marítima de Alcântara tem um amplo vestíbulo central no piso superior, decorado com murais de Almada Negreiros.
A EXPOSIÇÃO 'CEM ANOS, CEM ARTISTAS'
Assinalando o seu centenário, o Partido Comunista Português organizou uma exposição de artes visuais, que apresentou na gare marítima, como "uma homenagem a todos os artistas que durante o fascismo a ele se opuseram e que, desde a conquista da liberdade e da democracia, na sua defesa e valorização se empenharam".
