SEGUNDO FIM DE SEMANA DE RECOLHIMENTO DOMICILIÁRIO

Contrariamente ao fim de semana passado, não me apercebi de que houvesse um crescente número de pessoas na urbanização da Galé e presumo que também nos outros lugares desta costa. Certamente porque parte das pessoas já tenha interiorizado que as regras da situação de emergência as devem impedir de fazer viagens injustificadas e que não sejam absolutamente necessárias, mas também porque a fiscalização rodoviária se intensificou, tornando claro que não seriam permitidas saídas das grandes cidades para qualquer região do interior ou da costa, cujo motivo  não estivesse claramente dentro dos limites estabelecidos pelo estado de emergência.
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Embora as temperaturas de primavera teimem em tardar, tenho mantido a rotina dos passeios até à falésia e também até à entrada da urbanização, onde as obras da 'Costa Terra Golf & Ocean club' continuam, estando agora na fase de finalização dos acessos rodoviários, limpeza de terrenos e colocação de estacas que farão parte das vedações do empreendimento.
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O PROJETO TURÍSTICO DA HERDADE COSTA TERRA

BREVE RESUMO DA HISTÓRIA               .

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Ao lado da urbanização da Galé, situa-se a Herdade Costa Terra, cujo projecto inicial de loteamento comportava 204 moradias, três aparthotéis com 560 camas, quatro aldeamentos turísticos com 775 camas, quatro conjuntos de apartamentos turísticos com 823 camas, uma estalagem com 40 camas e um campo de golfe de 18 buracos, além de equipamentos complementares, como supermercado, igreja, restaurantes, zona comercial, clube hípico, centro de talassoterapia e uma estação de serviço. Este empreendimento esperou vários anos até conseguir autorização para o início da construção, sendo um dos três projetos turísticos da costa alentejana desbloqueados em 2007 e reconhecidos como de interesse nacional.
Em fevereiro de 2008, porém, o Tribunal Administrativo de Lisboa suspendeu o loteamento e mandou parar a obra, na sequência de uma providência cautelar interposta pela Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza) e pelo GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) e no mês de maio, a  Comissão Europeia abriu um processo contra Portugal por falta de medidas de protecção ambiental na aprovação dos três complexos turísticos referidos, considerando não terem sido levados em conta os impactes de todos os empreendimentos numa zona inscrita na rede Natura.
No fim desse ano, a Herdade Costa Terra foi comprada por Queiroz Pereira, proprietário do 'Ritz Four Seasons', em Lisboa e do 'Villa Magna', em Madrid. O novo proprietário admitiu fazer alterações ao projecto, no sentido de resolver o embargo e dar resposta às questões dos ambientalistas, conseguindo assim que o processo aberto pela Comissão Europeia fosse arquivado. E em julho de 2009, o Tribunal Central Administrativo de Lisboa revogou a Providência Cautelar interposta pela Quercus em 2007, o que permitiria que o investimento avançasse. Mas  isso nunca chegou a acontecer. Queiroz Pereira faleceu em agosto de 2018 e os seus herdeiros venderiam no ano seguinte a Herdade Costa Terra.

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A 'DISCOVERY LAND COMPANY'               .

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Em maio do ano passado, a Herdade Costa Terra  foi adquirida pela 'Discovery Land Company' e as obras de infraestruturas do empreendimento 'Costa Terra Golf & Ocean Club' começaram pouco tempo depois.
Daí para cá, os trabalhos têm decorrido a uma velocidade considerável e as alterações visíveis ao lado da urbanização da Galé são profundas.
Delas dou conta agora na sequência seguinte de fotografias. Quando os arruamentos em construção estiverem finalizados, registarei novas imagens num post futuro.

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OUTUBRO/2019
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MARÇO/2020

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INÍCIO DA SEGUNDA SEMANA DE 'RECOLHIMENTO DOMICILIÁRIO'

Hoje saí novamente para comprar coisas básicas como fruta e legumes frescos, mas também lenha, que as tardes e noites têm estado frias, ou eu as sinto assim.
Fui a Santo André e nos cerca de 20 Kms que percorri, encontrei muito pouco trânsito, mas cruzei-me com 4 carros da GNR. Não a mandar parar condutores, mas a circular em marcha lenta, nitidamente em vigilância.

Fiz o percurso por dentro de Melides. Havia trabalhadores da junta de freguesia  a proceder à desinfeção das ruas e algumas pessoas circulavam calmamente com sacos de compras.
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Encontrei também um carro de som, igualmente da junta de freguesia, divulgando o numero da 'linha sénior', para onde os idosos poderão ligar, no caso de precisarem que lhes sejam entregues bens essenciais, como alimentos ou medicamentos. A mensagem "fique em casa, pela sua segurança" é sublinhada pelo hino nacional.
Confesso que o som me perturbou. Só uma vez tinha ouvido apelos de ficarmos em casa (com resultados contrários, diga-se de passagem) mas a banda sonora era-nos então agradável de ouvir e, independentemente da sua origem, todos a trauteávamos na altura.
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No princípio da estrada que conduz à urbanização em que se situa a nossa casa, encontra-se um placa  colocada pelo Parque de Campismo que encerrou no fim de semana, mas a estrada mantém um tráfego constante e, mais à frente, a azáfama é grande, como explicarei no post seguinte.
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PRIMEIRO FIM DE SEMANA DE RECOLHIMENTO DOMICILIÁRIO

Numa tentativa de manter rotinas, saio diariamente para caminhadas relativamente longas nesta belíssima falésia.
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E sinto-me sempre privilegiada, o que me leva a não valorizar tanto, quanto às vezes tenho a tentação, o facto de ter ficado separada do L.
Foi uma opção nossa, embora a tenhamos feito nalguma esperança de nos virmos a encontrar nos fins de semana, mas nas circunstâncias atuais tornou-se impossivel prever quando isso poderá voltar a acontecer.

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EM ESTADO DE EMERGÊNCIA

Acordei cedo. Em circunstâncias normais, iria tomar o pequeno-almoço a Melides. Não agora.
Fiz café, uma torrada, saí, fui ver o mar. Está um dia de primavera. Não há ninguém à vista.

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Ontem, a Junta de Freguesia de Melides publicou um conjunto de decisões sobre o fecho de equipamentos que ainda estavam abertos -é verdade, as coisas aqui são mesmo mais lentas, mas desta vez isso pode ser considerado uma coisa boa- e um apelo para que ninguém frequente esplanadas, isoladamente ou em grupo.

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Ao fim da tarde foi decretado o estado de emergência e a partir deste momento tudo será mais controlado.
Não sei o que os idosos farão agora, se não puderem passar a manhã a ver os carros, que ainda por cima são cada vez menos. Ou se farão orelhas moucas e continuarão, resilientes, na única atividade que lhes corta a monotonia dos dias iguais, em que se movimentam colados à brancura dos quintais, antes da hora da bucha. E do tal copo, para aquecer.
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DO DISTANCIAMENTO AO ISOLAMENTO SOCIAL

Fiquei sozinha na Galé, O L foi para Lisboa e ficará a trabalhar lá, que é o lugar em que tem condições para o fazer.
O futuro é incerto, mas por aqui ainda reina a calma e a vida decorre serena, apesar das  alterações obrigatórias.

Destes tempos irei dando conta nos próximos posts.

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Hoje apeteceu-me sopa, daquelas com nabo, couves e outros verdes saudáveis. Tive que ir, portanto, a Melides abastecer-me. A praça estava fechada, fui ao supermercado.

À porta faz-se o controle do número de pessoas que entram. Entregam-me um carrinho que é higienizado à minha frente e apontam-me o frasco de gel desinfetante.
Lá dentro, ao pé da caixa, há marcações no chão para que os clientes saibam a que distância deverão ficar uns dos outros. Devemos ter coincidido apenas umas 6 pessoas dentro do edifício, mas as outras 5 perseguiram-me, juntinhas, ao pé dos legumes e do pão. Fui eu sempre que me afastei, embora fosse a primeira a chegar e as fuzilasse com o olhar (acho que não viram, que eu estava de óculos escuros e não mudei para os outros, porque não aprendi ainda a fazer isso sem mãos).
Os mais idosos da vila continuam sentados nas esplanadas a ver passar os carros e a trocar umas ideias sobre os assuntos.

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A VIDA É UMA INCERTEZA

À data do post anterior, os nossos planos eram passar uns dias em Toledo, comemorando lá o meu aniversário. Tínhamos hotel marcado e tudo pronto para sair na passada quinta-feira. Porém no dia anterior, a declaração de pandemia feita pela Organização Mundial de Saúde levou-nos a reconsiderar a saída, pelo risco acrescido dos contágios em Espanha, a eventualidade de encontrarmos parte dos monumentos encerrados e a possibilidade de se colocarem problemas no regresso a Portugal por encerramento das fronteiras. Fizemos bem, porque a situação evoluiu muito rapidamente, com um crescente número de pessoas infetadas, entrada em período de maior contenção epidemiológica e aconselhamento de isolamento ou, pelo menos, distanciamento social.

Não deixámos de comemorar o meu aniversário na sexta. Viemos para a Galé e, na maior serenidade, aproveitámos um excelente fim de semana de sol, passeando e almoçando nesse dia no '5 Sentidos' e ontem,  sábado, no 'Arte e Sal', um e outro já quase completamente vazios, numa antecipação do que virão a ser os próximos tempos.

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As fotos seguintes são da Carrasqueira e do cais palafítico, por onde passámos antes do almoço do dia do meu aniversário.

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PRÓXIMO POST

... será sobre a nossa programada estada em Toledo.

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IGREJAS DO CHIADO

Após a saída do Museu de Arte Contemporânea, na passagem pelo Chiado, entrámos em duas das Igrejas que aí se encontram. 

A de Nossa Senhora da Encarnação, do princípio do século XVIII, foi reconstruída em estilos barroco e rococó, depois da derrocada e do incêndio provocados pelo terramoto de 1755.
A de Nossa Senhora do Loreto é a igreja da comunidade italiana de Lisboa desde 1518. Primitivamente edificada junto à muralha ocidental da cidade, foi reconstruída depois do terramoto, em 1785. A igreja está dependente da Nunciatura Apostólica, razão pela qual as armas pontifícias encimam o seu portal, numa escultura da autoria de Borromini.

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FIM DE SEMANA EM LISBOA

MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA               .

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Neste sábado fomos ver a exposição 'Sarah Affonso. Os dias das pequenas coisas' sobre o percurso biográfico e criativo da pintora e as restantes mostras que se encontram no Museu Nacional de Arte Contemporânea.
No edifício em que se encontra o museu, de uma arquitetura neo-moderna que terá respeitado os vestígios históricos pré-existentes na reconstrução pós-terramoto, funcionou uma ordem religiosa e após a extinção desta, no princípio do século XIX, o conjunto arquitetónico foi comprado por um negociante inglês que o dotou de vários fornos para o fabrico de bolachas, como pode ver-se na fotografia seguinte.

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No átrio, escultura de António Teixeira Lopes

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O 'Grupo do Leão', pintura a óleo sobre tela de Columbano Bordalo Pinheiro, datada de 1885

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O jardim

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Sarah Afonso

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GULBENKIAN, NUM DIA DESTES

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Num dia do mês passado, fiz um passeio pelos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian. A minha intenção era ver a exposição que assinalava os 50 anos da Fundação, 'Art on Display. Formas de expor 1949-69', nem me tendo lembrado que era segunda-feira, dia em que, como é sabido, o museu se encontra encerrado.
Já não se poderá ver a exposição referida, mas publico as fotografias que fiz nesse passeio e que respeitam à parte dela que se encontrava no exterior do museu.
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ANÚNCIO DE PRIMAVERA

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ENTRE A NAZARÉ E S. MARTINHO DO PORTO

Tendo passado mais um fim de semana em Santa Cruz, decidimos sair no sábado até à Nazaré, programando almoçar lá. Era nossa intenção fazê-lo no 'Pangeia' que, além de ter muito boas críticas, se situa num lugar privilegiado, com uma extraordinária vista sobre o mar. Mas estava fechado.
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Não foi fácil encontrar a rua, nem sair depois da Pederneira, povoação perto da Nazaré em que se encontra o restaurante. Obras e ruas cortadas levaram-nos a desistir de almoçar por ali e a dirigirmo-nos a S. Martinho do Porto, depois da habitual busca na net feita pelo L.

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E foi no 'Nova Caravela' que almoçámos. Uma excelente cataplana de peixe e marisco.

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