E SUA CATEDRAL
Enquanto eu fiquei a olhar para o labirinto, apreciando os diferentes comportamentos de quem o estava a percorrer, o L fez a visita à parte superior da catedral, de exigente subida, e dela dá a seguinte nota:
Considero mais interessante, numa visita a zonas normalmente inacessíveis quando se entra numa catedral gótica, a possibilidade de apreensão de múltiplos aspetos da respetiva arquitetura e soluções construtivas.
Subir a escadaria em caracol até ao nível acima da abóbada faz-nos entrar no espaço sobre esta, com a armadura em treliça - ‘la charpente’ -, evocativa da estrutura interna de um navio, se vista invertida, sobre a qual assenta a cobertura. A ‘charpente’ era construída antes da própria abóbada, pois suportava os mecanismos para fazer içar as pedras, permitindo assentá-las sobre os cimbres, etc.
Na catedral de Chartres, a atual “charpente’ é a que foi construída para substituir a original, que era em madeira de castanheiro, totalmente destruído por um incêndio ocorrido em 1836.
Em plena revolução industrial, a opção foi por uma armadura em ferro fundido (‘la fonte’). Todas as peças em ferro - milhares delas - foram produzidas na fundição e montadas no local, num trabalho que durou cerca de 3 anos.
Também a cobertura original, em placas de chumbo, fundidas e destruídas pelo incêndio, foi então substituída por uma cobertura em cobre.
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