Começando o caminho de regresso às terras do Sol Poente, procurámos um camping perto de Piacenza, a nossa cidade alvo seguinte. Encontrámos, nas buscas na net, o
Campeggio Cascinotta. Lugar paradisíaco, a julgar pelas descrições nos sites de turismo e na página do facebook.
Chegámos a um lugar ermo, no fim de longo percurso por estrada secundaríssima. No meio dos campos, um grande portão fechado, com uma nota a dizer que se deveria ligar para um número de telefone. Quem atendeu pediu para esperarmos um pouco, que alguém iria ter connosco. Passado algum tempo, apareceu uma simpática senhora, em bicicleta, que abriu o portão, nos disse que poderíamos escolher o lugar que quiséssemos, indicou onde eram as casas de banho e o local de ligação da eletricidade.
Ficámos num lugar verdíssimo, no meio de ervas altas e cheias de insetos e fizemos a ligação à eletricidade, numa "caixa" que mereceu ser fotografada.
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Depois de instalados, decidimos ir procurar um lugar para almoçar. Saídos do camping, continuando a tal estrada secundaríssima no meio dos campos, seguimos as indicações de restaurante. E encontrámo-lo! A
Trattoria 'Cà dell’Orso'. No meio do nada, acolhedora, muito bonita, com atendimento atencioso e comida de qualidade, à base de produtos locais.
A conversa com o dono desenrolou-se agradável, depois de ele ter percebido que, afinal, não éramos franceses e que não só o percebíamos em italiano, como o L até o falava bastante fluentemente. No início, era só em francês que se nos dirigia e os vinhos sugeridos eram apenas os franceses. Tudo mudou quando o L lhe perguntou em italiano por vinhos da região. No fim, mostrou-nos a garrafeira e o jardim, com mesas para refeições de grandes grupos, e explicou que o restaurante estava vocacionado especialmente para eventos e casamentos.
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(A estrada, e o jardim com a 'Madonna delle Rose')
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Como o camping era mesmo rústico de mais, resolvemos ficar só uma noite, antecipando a saída. O problema imediato foi a quem dizer isso e pagar a estada de uma noite, uma vez que não havia ninguém no único espaço que parecia vagamente próprio para ser a receção. Abordado um sujeito com ar tão rústico quanto o lugar, que estava a fazer qualquer coisa por ali, explicou que a dona estaria na missa e o filho dela tomaria conta do assunto. Seguiu-se um telefonema feito por ele mesmo, mais ou menos assim:
- Eles vão-se embora.
- ...
- Tiveram luz?
- Sim.
- Dizem que sim.
- ...
- Ele diz que são 20 euros.
Entregámos-lhe os 20 euros e partimos, abrindo nós mesmos e voltando a fechar o portão.
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